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18.3.05:::
CHEGOOOOOOOOOOOOU!!!!
Já à venda aqui, aqui e aqui.
E daqui a alguns dias, nas melhores livrarias perto de você!
:-)
3:46 PM
16.3.05:::
Meninas e meninos, é o seguinte:
em breve, muito breve, o livro MOTHERN - MANUAL DA MÃE MODERNA estará numa livraria perto de você. Esse filho já está quase parido e as autoras estão um tanto quanto descontroladas, na maior dúvida se fazem uma noite ou um dia de autógrafos, que acontecerá em Belo Horizonte no final de abril. Ajude duas mulheres a ter paz de espírito e a trabalhar e cuidar dos filhos sossegadas. Vote na opção da sua preferência, pra gente conseguir decidir logo:
1. ( ) Prefiro uma noite de autógrafos, em dia de semana, tipo 19h, com provável esticada até o inferninho mais próximo (leia-se Up ou Obra).
2. ( ) Prefiro um sábado de autógrafos, de 10h às 14h, em alguma livraria da Savassi onde eu possa levar meus amigos, meus filhos, meu(s) marido(s), gato, cachorro e papagaio.
Aguardamos ansiosas a sua resposta. Não se esqueça de deixar o e.mail de contato, pra gente mandar o convite.
Ah, se você não mora em Belo Horizonte, mas está morrendo de vontade de participar de uma graaande confraternização motherna, escreva uma mensagem dizendo "EU TAMBÉM QUERO" no nosso Livro de Visitas, com o nome da sua cidade, para que as motherns e seu editor se animem a promover um evento no circuito off-BH.
Obrigadas e um beijo.
: : Laura e Ju : :
4:03 PM
14.3.05:::
E.mail novo, para melhor servi-los.
Se você quer mandar uma mensagem para a gente, anote o novo e.mail do Mothern:
motherns@hotmail.com
Pode escrever à vontade, que a gente adora correspondências em geral.
(Mas odiamos SPAMS!)
6:25 PM
11.3.05:::
Filhos têm muitas utilidades. Uma delas é ensinar coisas aos seus pais. Ou mostrar o que já estava na cara, mas os adultos não viam. O que eu aprendi logo quando minha primeira filha nasceu é que viver não é fácil nem nunca foi. Depois que a infância acaba, as pessoas costumam achar que foi tudo uma maravilha, que a gente não teve tentativas, frustrações, decepções e muito, muito trabalho. E os adultos costumam falar com as crianças "ah, quando eu era criança" ou "ah, se eu ainda fosse criança..."
Quando Nina nasceu, vi que a vida é um tal de cair e levantar que não acaba mais, e é assim desde o começo. Eu via todos os esforços que ela fazia, sem desistir, por mais difícil que fosse. Não, não estou aqui ensaiando um texto motivacional de auto-ajuda, mas foi realmente impressionante ver toda aquela ralação. Eu me espantava com a dificuldade dela em usar a boca, que antes só servia para sugar. Pois é, ninguém nasce sabendo. Ela agora tinha que processar e engolir papinhas de frutas, sem saber direito como lidar com aquilo. Depois pegava a colher, errava a mira, deixava cair, fazia a maior zona, e mesmo assim insistia em comer sozinha. E todo o esforço para engatinhar, se sentar, ficar em pé, andar. E, se a gente for pensar bem, tudo com o maior bom humor. Imagine você por meses cambaleando e caindo feito bebum, ficando com a testa roxa, até conseguir finalmente andar. Depois, aprender a correr, a pular, a andar de velotrol, de bicicleta, de skate (ok, essa parte eu nunca aprendi). Aprender a decodificar coisas, ver um monte de letras e pelejar com aquilo até extrair uma palavra, e da palavra tirar um sentido.
Quando eu percebi isso, que não tem nada muito mole na vida, as coisas ficaram um pouco mais simples pra mim. Estudar para a prova, não ter medo de criar, conseguir um emprego, cuidar de criança, virar uma noite, deixar um emprego, entender um livro difícil, tentar fazer um texto claro ou um layout bonito. Tudo isso faz parte. Quando acabar, é que eu morri.
: : Laura : :
9:30 AM
10.3.05:::
Mais um caso de criança, contado no nosso delicioso Livro de Visitas:
-Mãe, tenho uma coleguinha nova na minha sala!
-E como ela chama? Ela é legal?
-Ela é legal, mas é um pouco úmida.
-HEIN?
-Ela é úmida, tem vergonha das pessoas...
7:38 PM
Então, pra desenferrujar e ir voltando aos pouquinhos, casos de crianças:
Vocabulário
A irmã, pré-adolescente, ouvindo Charlie Brown Júnior:
- Sei que isso tudo é verdade mas eu quero que se FODA essa PORRA de
sociedade!
O irmãozinho, atento, vira-se pra mãe e pergunta:
- Mãe... o que que é "sociedade"?!
Cubismo
- Como foi a aula de artes hoje, Alice?
- Foi legal. A gente tinha que desenhar uma pessoa.
- Ah, é? E todo mundo desenhou?
- Só o Bruno que não. Ele desenhou uma cebola.
- Cebola?! E a professora achou legal?
- Ela não falou nada, não. Uma cebola é tão parecida com uma cabeça que ela nem notou!
: : Ju : :
10:19 AM
Chamei Amiga para passear. Eu queria comprar um maiô e óculos, para finalmente voltar à natação. Ela não animou. Eu disse que tinha bazar naquela galeria. Ela topou. Voltei com 2 vestidinhos fofos e nenhum artigo esportivo. Afinal de contas, agora eu só penso naquilo.
(Ju, acabei de desmentir o que dissemos pro Paulo :P
* * *
Eu e Amiga olhando vitrine:
_ É difícil achar sapato legal pra mim. Adoro esses tênis modernos. Olha esse aberto, que bacana. Mas gosto de salto. E esses de salto são estampados, de madeira, nadaver comigo.
_ Você devia assumir o seu tamanho e usar esses baixos então.
_ Eu já assumi, gosto de mim desse tamanho. Não me acho muito baixa, as outras pessoas é que são muito altas.
: : Laura : :
9:56 AM
7.3.05:::
Não, não. Garotas não são sempre boazinhas.
A Surya nos mandou essa entrevista sobre bullying entre meninas. Vale a pena ler.
: : Laura : :
3:02 PM
4.3.05:::
Invernou por aqui. Muita, muita chuva. Um pouco de ressaca, um pouco de cólica, alguma melancolia e muito trabalho. Era um dia bom pra ficar em casa, num charme levemente depressivo. Vontade de tomar um chocolate quente e ouvir Nina Simone ou Chet Baker. Mas não. Busquei na escola, cheguei em casa com elas, barulhentas e falantes. Nem bem deixaram a mochila no quarto, puseram a Partimpim pra tocar e dançaram. Fizeram muita bagunça, muita palhaçada, encheram a nossa paciência. Nenhum glamour, nenhum silêncio. Elas são o meu Prozac.
* * *
Nos últimos dias, eu tinha um projeto empacado e uma certa tensão. Ontem eu menstruei e o texto fluiu (não sei se exatamente nessa ordem). Vou sugerir aos professores do departamento que marquem a entrega dos trabalhos sempre para o começo do mês.
: : Laura : :
4:59 PM
2.3.05:::
A lembrança mais remota da minha infância é a de ver latas, vasilhas e panelas amontoadas perto da cozinha da casa nova, quando eu tinha dois anos de idade. Me lembro de, aos três, cuidar de boneca enquanto minha mãe cuidava da minha irmã bebê. Quando eu tinha cinco, notei - e achei o máximo - ter a mesma idade que o número de letras no nome. Foi por essa época, me lembro bem, que teve um telefonema da maternidade e os adultos presentes fizeram uma festa imensa quando souberam que "era menino". Foi nese dia que desconfiei que nascer homem era diferente - e talvez melhor - do que nascer mulher. Me lembro direitinho do dia em que consegui ler POEIRA no quadro-negro, só não sei se foi com cinco ou com seis anos. Posso repetir a cara e a frase que disse a tia Hilda no dia em que surpreendeu a boa aluna aqui fazendo molecagem. Me lembro muito bem da casa dos meus avós maternos e dos paternos e do monte de primos que circulava por elas nos fins de semana. Claro, me lembro das histórias que meu pai contava de "quando ele era caçador". A gente não acreditava, mas adorava. Me lembro de uma viagem - eu devia ter uns sete anos - que fizemos à praia com um tanto desse monte de primos e meus pais e tia Coda, muito corajosos esses adultos. E tinha a Selma, que foi conosco para ajudar a cuidar do caçula, e que arrumava um monte de pretendentes na praia, fazendo o maior sucesso com seus superquadris e o maiô azul que minha mãe comprou. Um tempo depois, me lembro bem da minha mãe ajudando a Selma a amamentar o Álvaro, filho único dela, que morou conosco por um bom tempo e que muitos anos depois, aos 21, foi assassinado na periferia. Me lembro do primeiro dia de aula na quarta série, eu tinha nove anos e já me sentia meio doninha de mim. No dia em que fiz 10, me lembro de estar no carro com meus pais e de dizer pra eles que não estava tão feliz quanto eu achava que deveria estar no dia de completar 10 anos. Eu devo ter percebido que deixar de ser criança não era tão bom assim.
Às vezes eu fico pensando: de que dias, de que lugares, de que viagens e de que pessoas minhas filhas vão se lembrar quando forem adultas?
: : Laura : :
3:18 PM
1.3.05:::
É hora de voltar a escrever quando:
. tudo de legal que você vê, ouve ou lê te dá vontade de fazer um link no seu blog,
. qualquer e.mail mais longo que você escreve acaba ficando com cara de post,
. sua sócia faz um texto sem colocar o blog no passado,
. as antigas leitoras continuam presentes,
. você se deleita com os escritos de outros,
. você tem um tempinho entre um trabalho e uma aula,
. você dá um sorrisinho ao abrir o blogger.
* * *
Vera, minha mãe, escreveu uma crônica. Muita gente que circula(va) por aqui já deve ter lido. Mas eu, muito coruja, mostro de novo.
* * *
Esse texto do frei Betto foi a Ju que achou. Vale a pena ler.
(Olha, eu ainda tou meio lerda, os links tão meio antigos, mas eu pego no tranco : )
* * *
Outro dia as amigas estavam falando sobre livros e cds infantis. Os que estão fazendo sucesso atualmente aqui em casa são:
. Família Sujo, de um povo de POA, Cuidado que Mancha, muito bem ilustrado e com um cd que conta a história. Bem musical, divertidíssimo.
. O Menino do Dedo Verde foi lido para as duas meninas nas férias, em pequenas sessões antes de dormir. As duas gostaram muito, a história é encantadora, mas tinha hora em que a menor se distraía pra fazer outra coisa.
. Leo deu de presente pra Nina o livro Didó, da Sonia Hirsch. Tou doida pra ler, mas a dona ainda não liberou e disse que quer ler sozinha :P
. Quase de verdade, da Clarice Lispector, na mesma linha galinácea de A Vida íntima de Laura.
. Crianças como você, do Unicef, presente de minha mãe. Ótimo, cuidadoso, curioso, útil, mostra fotos, brinquedos, escola e modo de vida de crianças no mundo todo, pobres, ricas, brancas, pretas, amarelas. Uma aula de Geografia, focada no ser humano.
. Um gato chamado Gatinho, poemas do Ferreira Gullar (aquele gato) para o seu gato de verdade, com ilustrações (lindas) da Angela Lago.
. Saiba, cd do Arnaldo Antunes. Eu comprei pra mim, mas as meninas gostaram tanto que seqüestraram, decoraram todas as canções e por fim sumiram com o fofo. Atualmente procuro para baixar ou copiar.
Na fila:
. Caroço de Dendê - a sabedoria dos terreiros - como ialorixás e babalorixás passam conhecimentos aos seus filhos. Contos, lendas, mitos, seres fantásticos, tudo contado de um jeito um tanto quanto diferente do que estamos acostumados a ler.
. Coisas de Índio - Versão Infantil - de Daniel Munduruku. Ainda não li, depois eu conto o que achei.
: : Laura : :
8:23 AM
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