Mothern - Manual da Mãe Moderna

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As 500 melhores coisas de ser mãe

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Terceira temporada
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Quarta 14:00
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30.7.02:::
 

A Mascote.

Outro dia, a Rossana falou de Grease. Sendo só um pouco mais nova que ela, eu não vi Grease no cinema. Eu não vi Xanadu. Eu não vi A Lagoa Azul.
Eu era baixinha (aliás, sou) e meio ano mais nova do que a maioria das pessoas da minha sala quando esses filmes passaram. Minhas amigas eram muito maiores que eu, tinham peitos e era só passar um batonzinho para entrar num filme censura 14 anos. Ninguém foi louco de me encorajar a driblar o porteiro, pois eu devia ter 12 e parecer ter 10.
Eu só ouvia as músicas e os comentários, e imaginava uma certa cena de sexo na Lagoa Azul com a Brooke Shields (uma espécie de Sandy safada da época) e o loirinho com cara de anjo. Talvez seja essa uma das razões por minha tara por cinema.
Bem, depois eu cresci (um pouco), mas as indeléveis marcas do mascotismo ficaram na minha mente. Eu, a garotinha inteligente que dava cola para os amigos adolescentes vagabundos. Eu, a que comprava roupas em loja de criança. Eu, a levantadora no time de vôlei. Eu, a que ouvia casos de namoro sem ter beijado na boca. Eu, a mascote da turma.
Cresci, aprendi a usar salto alto. Mas volta e meia me pego pensando como a mascote, achando que as pessoas vão me dar um desconto em tudo, que vão rir das minhas bobagens por eu ser pequena. Sou uma garota que vai direto da fase de menina engraçadinha ‘a de vovozinha simpática, sem ter passado pelo estágio mulherão. E sem ter usado conjuntos monocromáticos de seda. Bom, pelo menos isso.

: : Laura : :


9:31 PM

28.7.02:::
 

A Tecnologia a (des)serviço da Mothern

Alguns inventos são maravilhas para a nossa vida, como as fraldas descartáveis, as mochilas escolares de rodinhas, o video-cassete e o miojo.
A babá eletrônica também se encaixa nessa classificação. Trata-se de uma geringonça de duas peças, em que uma capta os sons a outra, reproduz. É útil quando, por exemplo, você está oferecendo uma festinha (mesmo que seja só para dois) que tenha música alta e fumaça. É possível vedar as entradas de som e ar que separam os dois cômodos e ainda assim saber se o seu bebê está chorando, mexendo, soluçando ou vomitando. Esse aparelho ainda tem umas coluninhas de luzes vermelhas que indicam a intensidade do barulho que vem de lá.
Muito bem. Se você é ou pretende ser uma feliz usuária desse choro ‘a distância, fique atenta ao grande potencial de gafes que ele oferece. Casos verídicos:

.O bebê dorme. Você tem visitas. Apesar de toda a meleca de turbilhão de emoções do pós-parto, sua relação com o seu marido (ou namorado, ou amante, o que for) está uma beleza. O bebê resmunga e você vai para o quarto acudir. Você demora um pouco e a pessoa em questão vai atrás e começa a falar deliciosas sacanagens no seu ouvido, sem se dar conta de que a babá eletrônica está transmitindo qualquer suspiro para a sala de estar.

.Para completar esse mico, existe a outra versão, em que o pai da criança chega e vocês aproveitam para falar mal da tia que está sentadinha na sala aguardando o casal voltar.

Por isso, amiga, todo cuidado é pouco. Sempre que chegar ao quarto do bebê, desligue a babá eletrônica imediatamente. As paredes não precisam de mais ouvidos.

: : Laura : :


9:44 PM

 

3 horas e meia.
Foi o tempo necessário para que um alegre reencontro com as filhas depois de longa separação se transformasse em um ataque histérico da mãe por causa de um banho. Ah, a vida em família...

: : Laura : :


9:43 PM

25.7.02:::
 

Já notaram que as coisas andam meio paradas por aqui, né?
Eu estou com muito trabalho, e a Laura, superenvolvida com nosso layout novo!
É isso mesmo: vem layout novo por aí, com uma surpresa para vocês! (Como diz a Laura: "aguardem, nós perdemos completamente o senso da noção").
Logo, logo vocês vão ver, se tudo correr bem e Santa Giu nos ajudar. Vocês não perdem por esperar!

(E se aqui o blog tá meio devagar, o papo tá rolando solto. Venha dar um pitaco você também.)

: : Ju : :


5:57 PM

 

Ôba, mais uma pensando em se tornar mothern!
Menina, quando isso acontecer você já tem o título garantido. E vamos adorar.

: : Ju : :


5:50 PM

 

Ceticismo

(...)
- Cadê o lobo, mamãe?

- O lobo morreu, Alice. Foi para o céu.

- Pro céu, não, mamãe: pro chão!

: : Ju : :


10:10 AM

23.7.02:::
 

Esse programa é para adultos que curtem bonecos:

A Matraca Cia Teatral de Bonecos e Clic apresentam
Uma Noite Com Marlene
e exposição de bonecas de Cauê Salles.

Dia 10/08, Às 20:30
Local: Clic - Centro Lúdico de Interação e Cultura
Rua Campanha, 138 - Carmo Sion - Belo Horizonte
 
Convites: R$ 10,00 (antecipados e limitados)
Incluindo a apresentação do espetáculo e mesa de pães, queijos e patês. Bebidas serão cobradas à parte.
Contatos para informações e vendas:
Clic/Juliana: 3287 9053
Cauê: 3342 1616/ 9122 3153
Cláudia: 9941 8636

: : Laura : :


2:50 PM

 

A Cibele, nossa leitora e futura mothern, convida a todos para levarem os pimpolhos para assistir a peça infantil da qual ela participa, que está em cartaz no Teatro Alterosa, aqui em BH, só até este final de semana.
O nome da peça é História sem Pé nem Cabeça: de quarta a domingo, às 16h30.
A Lili vai!

: : Ju : :


11:51 AM

22.7.02:::
 

Só no sapatinho...

Que em nosso Livro de Visitas rola um papo do mais alto nível, todo mundo já sabe.
Mas hoje a Maria Helena Nascimento deixou por lá um protesto tão importante e pertinente que merece virar post, para todo mundo ler, pensar, comentar, discutir. Olha só:

“Oi. Lembrei de voltar a vocês para tentar dividir minha raiva de uma coisa. Quem sabe alguém sente o mesmo que eu e não conseguimos algum resultado concreto? O assunto é: tamancos e sandálias de salto alto.
Vocês devem se lembrar (sou mais velha que vocês, mas sei que a praga é bem recente) de que quando a gente era criança não havia sapatos de salto alto pra crianças. Tão óbvio e elementar que ninguém jamais discutiu uma coisa dessas. Criança não usa salto e ponto final. Sabíamos, como ainda sabemos, que nem pra adulto é bom, que dirá para ossinhos e coluninhas que estão se formando.
Pois bem, quem tem filhas na faixa de idade da minha, 5 anos, deve ser, como eu, bombardeada pelo tamanquinho da Barbie, da Xuxa, da morena do Tchan e por aí afora.
Faço questão de não entrar no mérito estético/moral da história, mas ficar apenas no aspecto ortopédico. É um crime calçar uma criança com um tamanco de salto alto e rígido.
Ora, alguém vai dizer, é só dizer "não" à sua filha quando voces forem comprar sapatos.
OK, eu digo (não tanto quanto gostaria, mas digo), mas fico pensando. Se existe uma norma industrial que aprova e reprova brinquedos em função de seus efeitos sobre a saúde das crianças, porque deixar proliferarem essas coisas horrendas que sabidamente fazem muito mal à saúde e ao crescimento?
Se eu inventar um joguinho pra crianças de cinco anos com pregos e martelo de verdade, tenho certeza de que não vou conseguir comercializá-lo de jeito nenhum.
Enfim, a Xuxa e a Carla Perez poderiam tranqüilamente faturar seu troquinho vendendo tênis ou sandálias normais – seriam feias, com certeza, mas aí também já é querer demais.
Pronto, desabafei. Se alguém tiver uma idéia de como tomar alguma providência concreta em relação a isso, pode contar comigo.
Abraços,
Maria Helena.”

Pode contar com a gente também.
Essas sandalinhas e tamanquinhos de aprendiz-de-perua estão por toda parte. Outro dia eu e o Ed levamos a Lili ao Parque Municipal e ficamos impressionados com a quantidade de meninas de salto. Isso num parque, de manhã cedo, num lugar onde as crianças vão para correr, para brincar.
É um absurdo, eu também acho que não dá para contar só com o (suposto) bom-senso dos pais, ou esperar a reviravolta da moda. Isso já é caso de saúde pública.

: : Ju : :


2:07 PM

21.7.02:::
 

É cólica ou refluxo?

Parte I - Escrevi aquele post sobre cólicas inspirada na visita que fizemos ‘a filhinha de um casal amigo. Antes que vocês me apedrejem por visitar um bebê de um mês, digo que não costumo fazer isso antes do terceiro mês e que só fomos porque o cara é muito amigo do Leo. Ignorando toda a minha experiência Mothern, chegamos ao destino ‘as 6 da tarde, a hora da ave maria e também a hora em que os bebês gostam de chorar mais. Mais significa: mais alto, mais forte e por mais tempo.

Resumindo, a visita foi assim:
.minhas meninas não demoraram muito a desobedecer as minhas recomendações e davam gritinhos, subiam e pulavam nos sofás, excitadas com a presença de uma cadelinha que latia para completar a zona
.a anfitriã tentava anfitrionar, contar sobre as cólicas e balançar a menina que não parava de berrar no colo dela.
.o pai da criança, coruja, felicíssimo e rindo até as orelhas, conversava animadamente com o Leo, combinando a próxima discotecagem na Obra.
.Eu tentava ao mesmo tempo conter as meninas e falar alguma coisa que tranqüilizasse a moça com olheiras, mas só conseguia dizer: é, cólica é foda... mas passa... e outros chavões que as mães de primeira viagem escutam mas não servem pra nada.

Recusamos educadamente o lanchinho que os donos da casa nos ofereceram e nos despedimos, sob protestos da Nina, que se encantou com um videokê da Sandy no pc deles. Missão cumprida, visita ótima e curta, como toda visita a recém-nascidos deve ser. Voltei pensando: cólica sucks.

Parte II - Algum tempo depois, fiquei sabendo que a menininha tinha refluxo: putz, como eu não pensei nisso antes? Então resolvi dar esse toque aqui, porque essas coisas os médicos só descobrem quando você e seu marido já estão exaustos e quase surdos. Então, se o seu filho-bebê:

. chora, mas chora muito, berrando, mesmo depois de mamar
. dorme pouquíssimo e acorda de madrugada esgüelando e esticando o corpo para trás
. prefere ficar no colo (de preferência em pé) do que deitado em qualquer lugar
. golfa um pouco de leite depois de mamar (quando o bebê golfa muito, é fácil diagnosticar, o duro é quando o refluxo é oculto, isto é, o leite volta mas não sai)
. tem bronquite e tosse
. tem anemia
. mas mesmo assim ganha peso e é um bebê fofo e normal,

pergunte ao pediatra sobre refluxo gastro-esofágico, que é simplesmente o leite fazendo o caminho contrário depois de ser mamado, e voltando com sucos gástricos ácidos e corroendo (sim, isso é horrível) o esôfago do bebê e fazendo ele gritar feito louco.

Depois de diagnosticado, a criança toma um remedinho e você tem que seguir umas orientações bizarras tipo levantar a cabeceira do berço e amarrar o bebê para ele não sair escorregando e amanhecer embolado na parte baixa da cama. O negócio é aproveitar a força da gravidade e mantê-lo sempre inclinado, para isso conte com o bebê-conforto ou o carrinho. Para você, pode parecer desconfortável dormir quase sentada, mas eles gostam, acredite.

É disso que me lembro, e só de pensar já fico cansada, mas posso dizer com conhecimento de causa que refluxo sucks, mas passa.

: : Laura : :


10:23 PM

19.7.02:::
 

Motherns, anotem aí nas agendas:

"Olá Amigos da Palavra Cantada!
Sandra Peres e Paulo Tatit convidam para os shows:

PALAVRA CANTADA AO VIVO
nos Festivais de Inverno

15º Inverno Cultural da Universidade Federal de São João Del Rei
Dia 26/07 – SEXTA-FEIRA
Horário: 19h00
Local: na Rotunda do Complexo Ferroviário
Av. Tiradentes – s/n
São João Del Rey – MG
Ingressos – gratuitos

33º Festival de Inverno de Campos do Jordão
Dia 28/07 – DOMINGO
Horário: 11h00
Local: Auditório Cláudio Santoro
Campos do Jordão – SP
Ingressos – de R$ 5,00 a R$ 10,00"


2:15 PM

 

Minhas meninas estão em Brasília há cinco dias. Está difícil suportar tanta paz.

: : Laura : :


8:38 AM

17.7.02:::
 

Visita obrigatória

Nossa amiga Giu se separou (amigavelmente, não se preocupem), mudou de endereço e está convidando a todos para conhecer sua casa nova, que está um mimo!
O cafezinho está sempre novo e a porta está sempre aberta: é só entrar por aqui.

(A esposa largada está inconsolável, então vê se depois vocês fazem uma visitinha pra ela também.)


5:32 PM

 

Puppet baby

Mais uma utilidade para aquela meia de lã velha e quentinha do seu marido: nas noites mais frias, ela pode virar uma meia 7/8 para seu bebê que não pára coberto. Como criança não dorme quieta, coloque a meia por cima da calça do pijaminha, assim as canelinhas não amanhecem geladas.

: : Ju : :


1:54 PM

16.7.02:::
 

Nossa amiga Patrícia se diz uma desvairada. Tem dias que seus Desvarios parecem mais um tapa de lucidez na nossa cara.

"Aquele menino.

Era uma escola pobre. Existem boas escolas estaduais. Mas essa era uma escola estadual pobre: suja, mal-cuidada, longe. Tão longe que parecia outra cidade, parecia outro mundo. Não o meu, mundo pequeno, cercado de zona sul, ambições e o medo da pobreza.
Desde menina.
Naquele menino.
Sei que era gordo e talvez por isso tivesse chamado minha atenção. Sempre tive fixação por meninos gordos. Mistura de amor e pena, como se quisesse poupá-los: Baleia-Tijolo-Jamanta-Bola-Sete. Simpatia espontânea, talvez por pressupor um sofrimento implícito: não é fácil ocupar espaço demais.
Quem era eu naquela escola? Eu não era ninguém, eu era uma estranha. Acompanhava o projeto de um cliente, via com meus olhos para depois pôr no papel. Minha serventia: fazer títulos. "Transitar é deslocar." "O mais importante é a vida humana." Minha serventia: informante.
Mas nem adiantava explicar, nem importava, quem se importava? Não falei nada.
Tinha palestra, assisti.
Tinha teatro, aplaudi.
No final, uma atividade exclusiva para mim, a estranha que olhava: atravessar a rua da frente. Glória! - ganhar um breve, brevíssimo passeio, acompanhando os atores pintados do teatrinho. Em fila, um a um, parar na calçada, olhar para um lado, olhar para o outro, atravessar. Depois, a etapa final: fazer a volta e então tudo seria de novo a normalidade. Mas o dia estaria ganho, a tarde visitada.
E então ele apareceu.
Do outro lado da rua, eu já era dele. Porque era gordo, parecia ainda mais pobre e - ao contrário de todos os outros - não sorria, nem pulava, eufórico. Ao contrário: ele se encolhia no espaço.
Fez tudo certo: olhou para um lado, olhou para o outro. Tudo discreto, medroso, como se não quisesse que o vissem vendo. E atravessou. Atravessou olhando para baixo, devagar.
Quanto mais ele parecia não querer ser visto, mais ele me tragava.
E então vi que era lento porque arrastava um dos pés. Tive medo: seria aleijado? Isso eu não suportaria! Foi quando eu - a estranha, a estúpida, a que não suporta nada - percebi: ele usava chinelos Havaianas, e a tira de um dos pés estava solta. Por um momento, tive um alívio. Era só isso.
Mas ao mesmo tempo, meu coração batia no compasso daqueles pés sujos e gordinhos, mal-ajambrados, tentando parecer um caminhar normal. E a tira preta, preta e velha, preta e solta, e a tira.
Ao chegar do outro lado, eu via tudo do outro lado, pensei: terminou. Porque ele logo devagar levantou o pé e concluí: Lá vai encaixar a tira que soltou.
Mas como publicitária que sou, devia saber: Havaianas não soltam as tiras. Havaianas arrebentam. Bem, aquelas pelo menos me arrebentaram.
E ele não pôde consertar o estrago e voltou para o outro lado - onde eu pareci nunca ter estado - com um pé calçado e o outro descalço. Isso eu já não vi.
Desesperada, corri ao supermercado que fica na frente da escola, "Tem chinelo Havaiana?", tinha, o primeiro par que eu peguei era um 33/34, mas este é o meu número, não podia ser o dele. Qual era o número dele, meu Deus? Eu lembrava dos pés gordinhos, Baleia-Tijolo-Jamanta-Bola-Sete, mas também não podia ser 40, ele era só uma criança.
Quando voltei com um 36/37, era só uma criança, ele não estava mais lá. Tinha voltado para a normalidade, portão adentro, para a pobreza e o anonimato. Entreguei o chinelo para a diretora da escola, "É um menino gordinho, dessa última turma que subiu".
Talvez ela o tenha encontrado, talvez um dia ele emagreça e fique rico, talvez amanhã eu esqueça. Mas hoje aquele menino me levou com ele. Porque, além de pobre e gordo, foi azarado. Nem no mais breve e simplório momento de glória, pôde brilhar.
E daí que eu quis que Deus me esquecesse por completo e olhasse todo para aquele menino."

(Desculpe aí você que veio ao Mothern procurando nosso humor leve. Ele volta. É que hoje esse menino que a Patrícia viu fez um buraco em mim. Não me cabe mais nada.)

: : Ju : :



4:47 PM

15.7.02:::
 

Associações

Esse eu queria na minha cidade:
"Começou ontem em Florianópolis a 1ª Mostra Internacional de Cinema Infantil. O evento traz exibição de filmes e debates para as crianças. São ao total 12 filmes, entre curtas e longas-metragem. "

Por falar em filmes, saiu em vídeo Kiriku e a Feiticeira, de Michel Ocelot, o mesmo diretor de Príncipes e Princesas. Trata-se de uma animação linda linda, baseada numa lenda da África Ocidental. Ideal para pais e filhos cansados das aventuras disneylândicas. Música de Youssou N`Dour.

Por falar em música, Leo gravou pra mim um cd de reggaes românticos. Ao ouvir os primeiros acordes, Gabriela se assutou: Mãe! Você tá escutando música de homem!

Por falar em Leo, ele é o único que não gosta de beterraba aqui em casa. Então Gabi concluiu, séria: homem não come beterraba.

Por falar em conclusões, essa é da priminha da Patrícia, depois de ver Branca de Neve: não pode comer maçã, não, né?

Para terminar, nada como saber que existe o outro lado de tudo: Mãe é tudo doida.

: : Laura : :


6:47 PM

 

Turismo

Quer dar uma voltinha por aí, para espairecer?
Vem, deixa que eu te levo pela mão:

Comece por aqui, porque ele voltou. Ele, que todo mundo já conhecia, menos eu. E depois de conhecê-lo, você, como eu, vai descobrir a falta que ele nos fazia.

Depois venha para cá, porque o título é de Ana Cristina Cézar, e o texto está à altura.

Continue por aqui, e renda-se à prosa leve e bem-humorada desta moça.

Por fim respire fundo e clique aqui, onde em algum lugar está escrito “se o zen estiver no seu destino, vocês se encontrarão”.
Quem sabe este post não é apenas uma ponte?

: : Ju : :


12:10 PM

12.7.02:::
 

Dica: quem estiver conhecendo este blog agora, e quiser ler na íntegra nosso texto que saiu na TPM – e outros também antigos e tão bacanas quanto –, pode acessá-los ao lado na coluna "Leia Também". Ou, para quem tiver paciência de ler tudo, nos links dos arquivos.
Para quem tem filhos, vale a pena!


4:15 PM

11.7.02:::
 

Blogchalking é isso aí. Idéia genial do quase vizinho Daniel Pádua.
Google! DayPop! This is my blogchalk: Portuguese, Brazil, Belo Horizonte, Avenida do Contorno, Juliana e Laura, Female, 31-35!


4:16 PM

10.7.02:::
 

A bolsa mágica

As mães, como muitos heróis de desenhos, também têm um acessório-que-ajuda: aquele de onde, na hora do desespero, sai a salvação. No nosso caso, uma bolsa bem guarnecida pode cumprir perfeitamente este papel. E nós agora vamos ensinar para as leitoras como montar a sua própria bolsa-mothern.

1. A escolha do modelo:

. Tem que ser grande. Essa é a regra principal. Se for impermeável também ajuda, já que é grande a chance de ela ter que sobreviver a líquidos entornados pelas crianças.
. É bom que ela tenha uma cor escura. Branca, só se for de vinil, fácil de limpar. Mas, cá pra nós, bolsa branca lembra bota branca que lembra Xuxa... melhor não.
. Tem que ser fashion. É que você não é uma verdadeira mothern se não for pelo menos um pouco modern. E bolsa cafona é o fim, seja lá quantos filhos e quantas tranqueiras você tenha.

2. O que levar:

Não basta ser linda, tem que ter conteúdo.
A idéia é simples: quando sair de casa com as crianças, você tem que ter sempre um recurso extra que as mantenha distraídas (além de sua incrível disposição para brincar e, se possível, a de um homem divertido), porque não existe nada mais eficiente para melar um programa bacana do que uma criança entediada.

Então vamos às sugestões:

. canetas – pelo menos uma para cada filho, e uma extra para você poder assinar seus cheques sem interromper o desenho deles.
. algumas folhas de papéis de rascunho. Ou pode ser também um bloquinho usado para este fim, senão você corre o risco de ter que arrancar páginas antigas da sua agenda (aquela que você não sabe viver sem). Um brinquedo legal que substuitui as folhas e a caneta é aquele quadrinho que parece uma pequena lousa com limalha de ferro dentro, em que a criança escreve com uma caneta com ímã na ponta. (A gente não sabe o nome, mas em qualquer loja de brinquedos tem. E cabe na bolsa.)
. um brinquedinho surpresa (colocado ali sem a criança ver, para situações de emergência). Pode ser qualquer um, desde que seja pequeno. Algumas boas idéias: um par de fantoches de dedo ou um mini-baralho ou um joguinho eletrônico desses de camelô.
. uma muda de roupa para a criança. Se você for do tipo super-hiper-precavida, leve uma blusa reserva para você também. A regra é a seguinte: quanto menor a criança, mais roupas se deve levar. Ah, e faça como todas as mães do mundo: leve um agasalho para o seu filho mesmo que esteja fazendo um calor do cão. Just in case.
. copo com tampa. Pode evitar acidentes.
. lenço umedecido. Pode reparar acidentes.
. lenços de papel. Em situações extremas, podem até substituir o papel higiênico.
. saco plástico com zip ou uma sacolinha dessas de supermercado mesmo. No fim do passeio, serve para guardar a muda de roupa da criança que virou um lixo (indispensável se seu filho está naquela fase em que já saiu das fraldas mas ainda não tem muito controle do esfincter).
. uma maçã e meio pacotinho de biscoitos. Fome dá mau humor. E criança mal-humorada é o fim.
. uma camisinha. Tá, a chance de um casal estável sair com as crianças e ser atacado por um tesão incontrolável (daqueles que não dá para esperar nem chegar em casa) é remota. Mas não custa acreditar nela. E, quando as crianças enjoarem de todas as outras alternativas, a camisinha ainda pode se transformar num balão.

3. Considerações finais:

Lembre-se que bolsa de mãe sempre volta mais cheia do que foi. Reserve espaço para as pedrinhas, o tatu-bolinha morto, a surpresinha, os canudinhos amassados.
E no domigo a noite, não se esqueça de esvaziar sua bolsa transformer. Não vai ser legal, na reunião de segunda, tirar dela uma caneta grudada na metade de um Kinder Ovo.

: :Ju e Laura: :

Se você não gostou das sugestões, eis as alternativas para a bolsa de mãe:
. desista de fazer tudo isso caber ali e, além da sua, leve uma bolsa infantil só com a tralha. E torça para seu companheiro topar carregar esta, porque as duas juntas podem destruir a sua produção.
. ou faça como nós também fazemos na maioria das vezes: esqueça todos os apetrechos em casa e improvise a distração das crianças com folhas de guardanapo, joguinhos de celular, a caneta do garçon, os palitos, e a sua própria pele. Você sairá pronta para um tattoo and piercing festival.


3:03 PM

9.7.02:::
 

Édipo
Um primo meu reclamava da falta de grana. A filhinha de 3 anos sugeriu:
_Vamos vender a mamãe?

Ergonomia
Me agachei e Gabi sentou nas minhas coxas. Perguntei:
_Você tá pensando que eu sou cadeira, menina?
_Não, você é um colo.

Batmania
Adoramos brincar com as palavras. Ontem comentei com a Nina que o carro do Batman se chamava batmóvel. Falei também da batcaverna, da bat-hora, do batcanal, mas ela não acreditou, nem com o pai confirmando. Acho que andamos exagerando nas trocadilhos...

: : Laura : :


5:30 PM

 

Bom, parece que nossas caixinhas de comments sumiram de vez. Mas o livro de visitas continua lá, firme e forte, ávido por comentários, críticas, elogios e propostas milionárias. Escreva.


2:35 PM

8.7.02:::
 

Mãe-Power

Enfim, aconteceu: mudaram o comercial do Danoninho Choc!

Provavelmente intimidados por hordas de mães revoltadas – como eu – os responsáveis tiveram o bom-senso de tirar aquele absurdo do ar, trocando o final. E deixaram as pobres verduras em paz.
Eu vi: o começo é igualzinho, mas, depois do pack-shot, a conversa é outra. Agora o menino comenta: “mas a minha professora falou que dinossauros não gostavam de chocolate!” (ou de Danoninho, não me lembro ao certo), ao que o bichinho responde, desta vez de forma muito mais politicamente correta: “agora só falta inventarem que dinossauro não fala!”.

Melhorou bem, obrigada.

: : Ju : :


10:28 AM

7.7.02:::
 

A TPM deu primeiro!
Estamos lá, na seção preferida da edição de julho da nossa revista preferida:

"Mães Moderníssimas.
Juliana Sampaio, 31, e Laura Guimarães, 32, são garotas normais, preocupadas com coisas como dia de cabelo ruim e trabalho. A diferença (ou semelhança com tantas outras) é que elas são mães. As duas criaram o blog www.mothern.blogspot.com (...)"

Iuhuuu!


10:58 PM

5.7.02:::
 

Eu vi:

.Homem Aranha. Muito bom, mas atenção: não é muito infantil. As cenas de luta são violentas demais para crianças menores de 10 anos. A lição do filme dá o que pensar: muito poder traz muita responsabilidade. Isso me lembrou a polêmica do comercial do Danoninho. A publicidade tem que ter consciência, sim. Só porque é para vender, não é preciso haver ética e responsabilidade com a sociedade que compra os tais produtos? Não é ‘a toa que os publicitários geralmente são bem pagos. Trata-se de falar uma coisa, mostrar um modelo, ditar padrões de comportamento para milhões de pessoas. E isso não é pouca bosta.

. Um Casamento ‘a Indiana. Filme “feminino”, sensível, alegre, numa Índia que vemos pouco por aqui: classe média-alta, ocidentalizada, mas mantendo costumes tradicionais. Vale a pena ver, uma mistura de Os Silêncios do Palácio, Festa de Família e O Banquete de Casamento. Ah, e o noivo é lindo.

.Lilo & Stitch. Fofinho. Fofinho. Fofinho. É a história da amizade de Lilo, uma havaiana fofa, com Stitch, um monstrinho fofo com cara de Pokémon. Só achei as cenas de perseguição muito histéricas para crianças com menos de 4 anos, Gabriela ficou muito impressionada. Mas eu recomendo. Deve até ter muita coisa a se criticar ali, mas sofri lavagem cerebral na infância, quase não consigo falar mal dos filmes da Disney.

Eu estou lendo:

.Pequeno Manual de Monstros Caseiros, de Stanislav Marijanovic. Infantil, divertidíssimo e útil, tem ilustrações supercriativas, e apresenta os monstros mais comuns nas casas de família: Dr. Bagunsus, Moleng, Vorácio, Raio Catódico etc. Já está no segundo volume. A brincadeira aqui em casa é dar nome a novos monstros. Criamos o Cadeira Quente, aquele que não deixa a criança permanecer sentada ‘a mesa.

.Palavra Desordem, do Arnaldo Antunes. Clichês virados de cabeça para baixo. Projeto gráfico interessante, do próprio autor. Alguns poemas são legais até para os pequenos.

.Como ser Legal, de Nick Hornby. O cara sabe construir diálogos e escrever com humor, e dessa vez está mais incômodo do que nos livros anteriores. Nick é muito inglês e a tradução ‘as vezes mantém a estrutura da língua original, tornando algumas frases um pouco estranhas. Quem leu Asterix entre os Bretões sabe do que falo: “quente água”. Livro “de geração”, se é que essa expressão existe. E pronto para virar filme.

Para fechar tanta curtura, uma frase do Walter Benjamim:
“O trabalho em uma boa prosa tem três degraus: um musical, em que ela é composta, um arquitetônico, em que ela é construída, e, enfim, um têxtil, em que ela é tecida.”

: : Laura : :


1:14 PM

3.7.02:::
 

Essas técnicas avançadas para alimentação infantil da Laura (que funcionam! eu já testei) me fizeram lembrar um truque parecido que o Ed inventou, ótimo para convencer seu filho a tomar o suco:

.Mágica. Seu filho é um mágico, e tem que realizar o sensacional truque do desaparecimento do suco. Faça a introdução com voz de apresentador de circo “senhoras e senhores, respeitável público, etc..”. E segure o copo mostrando com o dedo o nível onde o líquido vai estar após a realização da incrível “mágica”. Dica: cuidado para não exagerar e marcar um nível muito baixo, pois, na ânsia de realizar o truque, seu filho pode se engasgar. O melhor é ir aos poucos e, surpreso com a habilidade do mágico, pedir bis.

(É! Com os publicitários se esforçando para entupir nossos filhos de porcaria, haja criatividade para virar o jogo!)

: : Ju : :


11:53 AM

 

Vida saudável (ou selvagem)

Já discorri uma vez sobre uma técnica para fazer seu filho comer verduras e legumes, a Festa da Barriga. Agora proponho alternativas para este estratagema, no que chamo aqui de módulo avançado:

.Metamorfose. Seu filho é uma criança humana. ‘A medida em que ele vai comendo cenoura, agrião e alface, vai se transformando em coelhinho ou em outro animal que curta os vegetais. Ele come uma folha de alface e você fala espantada: Nossa, estão nascendo umas orelhinhas brancas em você! Menino, e esses bigodinhos? Espera aí, o que é isso? Um rabinho de algodão! Não use todas as partes do coelho de uma vez, senão seu filho sai feliz e saltitante pela casa enquanto o prato fica cheio em cima da mesa.

.Maravilha. Sua filha é Alice (não a da Ju, a do Lewis Carroll). Se ela come uma colher de arroz, cresce. Se come uma de feijão, diminui. Haja saco para ver a menina ficando em pé na cadeira e sentando de novo por 20 vezes, mas vale a pena em casos extremos.

.Desmatamento. Seu rebento é um gigante (poderia ser também um dinossauro, mas ele pode se lembrar do Danoninho e aí fudeu). Um gigante faminto que adora comer árvores. A falha desta técnica é que ela só funciona perfeitamente para couve-flor e brócolis, com outras verduras é preciso um pouco de boa-vontade da criança para entrar no jogo.

Deu pra ter uma idéia? Então, desenvolva a sua técnica. Você não vai ganhar uma palma de ouro em Cannes pela criatividade, mas pode ter alguns momentos de diversão e saúde na hora no almoço.

: : Laura : :


10:09 AM

2.7.02:::
 

O que aconteceu com o nosso sistema de comentários, pelamordedeus?!!!!!
Sumiu! Desapareceu!
Nem a Giu, nossa consultora de html avançado, está sabendo explicar o ocorrido. Se alguém tiver uma idéia, avisa pra gente pelo livro de visitas ou pelo e.mail, tá?!


5:49 PM

 

Mais lenha para a Borralheira

Ontem, no nosso livro de visitas (onde aliás rola um delicioso papo paralelo), a Zel levantou uma questão muito interessante, querendo entender por que eu recriminava tanto o comercial do Danoninho e redimia a Cinderella, quando, na opinião dela, a lição desta última era muito mais nociva para as crianças (está mais bem redigido por ela, leiam no comentário # 260).

Bom, lá mesmo eu já comecei a responder, explicando que acho a mensagem do Danoninho mais perniciosa exatamente por se tratar de um comercial: um apelo ao consumo de um produto, que, para isso, usa um argumento dispensável e pouco ético, incutindo nas crianças (ou validando) uma rejeição às verduras – a meu ver, apelo também pouco eficiente mercadologicamente (já que não é exatamente por amor às folhas que as crianças não consomem tantos Danoninhos quanto a empresa gostaria).

No caso da Cinderella, o que expliquei para a Zel (e agora para todos vocês), é que podemos, sim, questionar as mensagens que o conto transmite, mas que acho inquestionável o fato de se tratar, antes de tudo, de um clássico da literatura, que de forma alguma se compara ao lixo que impera nos intervalos da TV. Por mais caretas que nos pareçam (e estamos falando de uma estória criada séculos atrás, num contexto completamente diverso do nosso), os contos de fadas talvez contenham ainda algumas lições importantes para nosso desenvolvimento psíquico, ou não continuariam a encantar tantas crianças.
Terminei dizendo que ia reler o Bruno Bettelheim, que tem um livro muito interessante sobre o assunto (chamado “A psicanálise dos contos de fadas”: pode comprar que vale a pena!), e foi o que fiz ontem à noite.

Nesta releitura, descobri outros pontos muito bacanas em favor dos contos de fadas, que transcrevo aqui na íntegra.
Segundo o autor, “em um nível manifesto, os contos de fadas ensinam pouco sobre as condições específicas da vida na moderna sociedade de massa; estes contos foram inventados muito antes que ela existisse. Mas através deles pode-se aprender mais sobre os problemas interiores dos seres humanos, e sobre as soluções corretas para seus predicamentos em qualquer sociedade, do que com qualquer outro tipo de estória dentro de uma compreensão infantil. (...)
Exatamente porque a vida é freqüentemente desconcertante para a criança, ela precisa ainda mais ter a possibilidade de se entender neste mundo complexo com o qual deve aprender a lidar. Para ser bem-sucedida neste aspecto, a criança deve receber ajuda para que possa dar algum sentido coerente ao seu turbilhão de sentimentos. Necessita de idéias sobre a forma de colocar ordem na sua casa interior, e com base nisso ser capaz de criar ordem na sua vida. (...) A criança encontra este tipo de significado nos contos de fadas.”

O livro tem até um capítulo enorme, e muito interessante, especificamente sobre a Cinderella. Trecho:
“Superficialmente, ‘Borralheira’ é uma história enganadoramente simples (...). Fala dos sofrimentos da rivalidade fraterna, dos desejos que se tornam realidade, dos humildes que são exaltados, do verdadeiro mérito que é reconhecido mesmo sob farrapos, da virtude recompensada e da maldade castigada – uma história que vai diretamente ao ponto. Mas sob este conteúdo manifesto está escondido um turbilhão de conteúdos complexos e em grande parte inconscientes” (como os desejos e ansiedades edípicas da menina).
“‘Borralheira’ põe em marcha os passos necessários para conseguirmos auto-realização no desenvolvimento da personalidade e apresenta-os à moda dos contos de fadas, de forma que todos podemos entender o que é necessário para nos tornarmos seres humanos integrais.”

Ufa! Depois desta, Zel, acho que vou até mudar de idéia: não acho mais que nossas filhas vão resolver suas leituras de Cinderella no analista.
Parece que, bem ao contrário, a leitura da Cinderella pode até livrá-las do analista no futuro!

Amém!

: : Ju : :


3:51 PM

 

Só mais uns gravetinhos de lenha:
. acho também que, seja através de comerciais de TV ou de contos de fadas, qualquer mensagem que seu filho receba é menos danosa e muito mais produtiva se couber na sua agenda um tempinho para participar desta descoberta com ele, discutindo, trocando idéias a respeito. Isso é insubstituível.

. Sou publicitária, não psicóloga, portanto minha opinião (no caso da Cinderella) é de leiga. Além do Bruno Bettelheim, gostaria muito de ouvir o que pensam sobre o assunto nossas leitoras especialistas, como a Ana, a Adriana e a Evelyn.
(Os outros, leigos como eu, também podem dar seus pitacos, viu, gente? Não se acanhe, que aqui a conversa é pública).


2:59 PM