Mothern - Manual da Mãe Moderna

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31.12.02:::
 

Muito além da Susi

No ano passado foi a Polly, uma boneca muito pequena de feições estranhas e penteado duro que lembrava as bananas que nossas mães usaram nos anos 60. As roupas de borracha, apesar de meio cafonas e difíceis de vestir, eram bem divertidas por causa do material. O único problema era guardar os acessórios tamanho-formiga.

Este ano, tomamos conhecimento das Diva Starz, dessas de pés e olhos grandes, proporções de ET, numa estética meio japa, meio meninas superpoderosas. O que aliás me agrada mais do que as medidas (sur)reais da girafa Barbie, pois a Diva é claramente estilizada e pelo menos tem a cabeça maior do que os peitos. As roupas são bem legaizinhas e alguns modelos dão até pra invejar. Elas usam botas pesadas que têm uma característica incrível: elas têm andares, são uma espécie de lego onde você pode encaixar mais saltos e alçar a boneca às alturas. E, mais incrível ainda: a grande vantagem disso é que você pode passar mensagens secretas entre uma plataforma e outra da mega-bota. Realmente genial. Nem a Agente 99 teria pensado nisso. Algumas das mensagens:

.os meninos adoram quando você usa azul.
.pinte suas unhas com brilho.
.rosa atria (sic) namorado novo.


E, apertando a cabeça dela, saem as seguintes frases edificantes, num sotaque indefinível, que lembra dublagem de filme:

_Ooolá! Corra que eu estou chegando!
_Cabelo de várias cores? Isso é que é ser uma diva!
_Sapato alto é o que eu chamo de grande estiiilo!
_Troque minha roupa para eu ficar na moda!


Depois reclamam da futilidade das mulheres...

: : Laura : :


8:57 AM

30.12.02:::
 

Eu sei, eu sei. Estou roubando muito e escrevendo pouco. Mas não resisti a este post da Dani querida, ótimo para ser lido por mães-que-ficam-ranzinzas-no-natal, como eu.

No final da noite do dia 25, quase 26, quando a Lia enfim terminou de extravasar toda a excitação e as porcarias (delícias?) natalinas ingeridas, eu, exausta, fui tomada por uma tranqüilidade estranha.
Mais um Natal chegou e passou, desta vez sem nenhum tempo de lamentar a hipocrisia consumista, de sofrer por tempos e pessoas que já foram nem nada. Tempo nenhum de pensar enquanto colocava um vestido bem novo e bonito nela e em mim, enquanto corria de casa da vovó para casa da vovó, acompanhando o olharzinho surpreso e extasiado muitas vezes diante da mesa, dos enfeites, da árvore. Tempo nenhum de mergulhar em nostalgias enquanto ajudava a rasgar papel de presente, a limpar a boca melada de rabanada, a tirar o sapato pra brincar mais à vontade, enquanto mostrava o menino Jesus do presépio e o boizinho e a ovelha. Tempo nenhum de fazer nada além de sorrir enquanto ouvia a vozinha miúda acompanhando os versos de botei meu sapatinho... e de sorrir mais ainda vendo pular de algum canto da minha cabeça a letra inteirinha, intacta como eu jamais imaginei que lembrasse. É, Papai Noel passou por mim voando muito de leve este ano.

E então, quando todos os brinquedos novinhos já estavam espalhados pelo quarto e os antigos separados numa sacola para outras crianças, depois de todos os tchaus para todas as vovós e vovôs e titias, depois de guardadas as fatias de peru restantes e apagada a última luzinha da última árvore, a sensação que me bateu foi de dever cumprido.

Porque se o encantamento natalino tem data de validade limitada, a birra de fim de ano de quem não se conforma por tê-lo perdido só acaba quando, enfim, você pode ver esse mesmo encantamento nascendo de novo, purinho, num filho ou numa filha. E pode ajudar a fazer com que ele surja com impulso para preparar naquela pessoinha uma semente capaz de resistir muitos anos depois do brilho do olho fraquejar diante de presépios e de guirlandas e bolas coloridas. Uma semente que possa germinar novamente a tempo de saudar uma nova criança que lá na frente talvez você tenha o prazer de chamar de neto.

Ah, eu não sei mensurar nem qualificar o valor afetivo disso tudo e deixo essas elocubrações para os psicólogos de plantão. Só sei que foi um Natal de uma exaustão feliz como eu não sentia há pelo menos uns 20 anos. E de coração fofinho, como definiu muito bem a Pipa um dia desses.


: : Laura : :


3:37 PM

28.12.02:::
 

_Mãe, por que tá passando isso na televisão se a copa já acabou há muito tempo?
_É a retrospectiva, Nina. Eles mostram as coisas importantes que aconteceram no ano.
_E futebol é importante???

***

_Rarará, olha essa placa, Leo: Fuja e Ame no Motel Fujiama.
_Rarará, muito bom, podia entrar no cd dos tribalistas.

***
: : Laura, que vendeu as férias para a patroa : :


9:36 PM

 

Esse textinho da Stella é bom de ler e pensar naquelas horas em que a gente encarna a mãe-chata:

"porque no dia em que eu tiver uma filha (sou tendenciosa sim, e daí?) ela vai ter um baú de fantasias. vai ter os disquinhos que contam historinhas, vai ter a arca de noé de vinícius de moraes, muitos lápis de cera e vai poder rabiscar na parede do quarto dela sim senhor, seja antipedagógico o caramba.

ela vai sentar no meu colo e eu vou contar histórias de quando a avó dela era menina e tinha um carneirinho branco. só não vou contar que meu avô mandou matar o carneirinho pro almoço de domingo.

vou ensinar a minha menina a música do alecrim dourado, vou ler ana maria machado, ruth rocha, sylvia orthoff, monteiro lobato, vou fazer brigadeiro e comer na panela com colherinha pequena para durar mais tempo. vou dar fantoches e mamulengos e bichos de pelúcia e bonecas de pano. se encontrar as panelinhas de barro que eu brinquei quando era criança eu dou também. mas vai sempre ter uma caixa grande de papelão no quarto, para ser castelo, barco, carro, foguete, caverna, o que ela quiser.

eu não vou exigir cabelo penteado nem pé calçado. aliás, pé descalço vai ser a lei da casa. ela vai brincar com os gatos, e, se tudo correr direitinho, a gente vai morar numa casa de verdade, cheia de pitangueira. e ela vai poder sujar a blusa de manga que eu juro que não brigo.

vou ensinar as letras e os números. a catar feijão para me ajudar num almoço legal, e a plantar feijão no algodãozinho.

vou vestir minha filha de matuta todo são joão, de chapéu de trancinha e sardas pintadas no rosto.

me lembrem disso: de nunca perder a paciência nem o desejo de brincar. de saber olhar o mundo como uma coisa nova. de saber explicar o que é o arco-íris e quem é papai do céu.

mas não vou deixar acreditar em papai noel. vou fazer como meu pai me dizia, 'papai noel é o pai da gente fantasiado no natal'

vou fazer pipoca, vou deixar comer porcaria, mas ela vai ter que lavar o pé, escovar os dentes e rezar antes de dormir. comigo contando historinha. ou cantando que o relógio bate e é hora de nanar.

só penso nela assim, pequenininha, sendo lygia ou laura ou janaína ou outro nome que um dia eu gostar. porque eu tenho muito amor guardado aqui, só para ela. desde a primeira boneca que eu carreguei no colo. desde que as sobrinhas nasceram e eu aprendi a cuidar de bebês de verdade.

um dia essa criaturinha vai chegar na minha vida, e eu espero estar pronta para ser feliz com ela."


: : Laura : :


7:07 PM

 

Nem é tão novo assim, mas é muito engraçado. E, confesso, adoraria levar minhas meninas a esta festinha:

A primeira festa de aniversário de Mano Wladimir
Por Vladimir Cunha
vlad@onmail.com.br

Mano Wladimir está tenso. No colo da mãe, Marisa Monte, ele ainda não conseguiu entender exatamente o que está se passando. Ao seu lado, Carlinhos Brown conversa com Wally Salomão, que cita uma poesia de Caetano Veloso, que dá um brigadeiro orgânico (sem chocolate e sem leite condensado) para Zeca, que leva um pito da mãe, Paula Lavigne. Mano Wladimir está tenso. É a sua primeira festa de aniversário.

"Criança sã/De uma rã/Guardiã/Eu sou seu fã/Na manhã/Aramaçã/Cunhã". A música infantil escrita por Arnaldo Antunes especialmente para a festa é a trilha sonora da dança das cadeiras. Nada da Turma da Mônica, nada de atores desempregados vestidos de Pikachu. Aqui a coisa é diferente. MM resolveu ser mãe em grande estilo e contratou a Companhia Bufa de Artes e Performances do Absurdo para animar a festa. Fantasiado de Ed Motta, um ator recita de trás para a frente toda a obra de Eça de Queiroz para algumas crianças. Do outro lado da sala, um grupo de clowns (sim, porque numa festa como essa é proibido ter palhaço) ensaia uma volta à posição fetal enquanto ostenta reproduções dos parangolés de Hélio Oiticica. Num canto, Carlinhos Brown dá uma entrevista para uma repórter da revista Bravo, escalada especialmente para cobrir o evento.

- E aí, Brown? Está feliz com o primeiro aninho do Mano Wladimir?
- É uma coisa da modernidade nagô, no que tange a referência espaço/tempo do ciclo da história humana. O cósmico supremo da realização superlativa, a poética da bioenergia enquanto motor da sublimação ótica. É onde o eu e o tu fundem-se na epiderme inconsciente.
- E o que você deu de presente para ele?
- Pensei na questão do pacifismo, na guerra como catalisador das emoções humanas ao mesmo tempo em que atrai e repudia o ser. A máquina ceifadora que gera vibrações orgônicas, que tangencia e descontinua a unidade solar dos povos.
- Como assim?
- Eu dei um boneco dos Comandos em Ação...

Enquanto as crianças não podem comer o bolo de cenoura, aniz e mel de cana - que traz estampado uma reprodução de O Abaporu, de Tarsila do Amaral, em sua cobertura - Marisa Monte serve a elas copos de suco de gengibre e balas de cravo da Índia. Até que Paula Lavigne tem a idéia de chamá-las para um karaokê.

Quem começa a brincadeira é Benedito Tutankamon Pedro Baby, cinco anos e filho de um dos roadies de Arnaldo Antunes, que canta O Avarandado do Amanhecer, de Caetano Veloso. Em seguida é a vez de Zabelê Tucumã Nhenhé Çairã, três anos e filha da empresária de Carlinhos Brown, que canta Ana de Amsterdã, de Chico Buarque. Ao saber que a próxima criança a cantar é a impronunciável Zadhe Akham Mahalubé Sinosukarnopatrionitnafilewathua, filha da copeira de Marisa Monte, Paula Lavigne acha melhor suspender o karaokê.

É hora do Parabéns a Você. Os convidados reúnem-se em torno da mesa. E então, Marisa Monte anuncia uma surpresa: quem irá cantar o Parabéns é Carlinhos Brown.

Brown, que andava meio sumido depois de sua entrevista para a Bravo, aparece vestido com um cocar feito de canudinhos de plástico, uma camisa de jornal e uma tanga de folhas de bananeira. Atrás dele, 315 percussionistas da Timbalada, um videomaker e quatro poetas marginais. Brown pega um garrafão de água mineral e começa a cantar sua versão para Parabéns a Você:

- Vim para cantar/A tropicália alegria de um povo/Azul, badauê, zumbi/Ela não me quer/Mas sou um tacle regueiro/Viva o divino samba de João/Monarco na rua/Meu bloco chegou.

Arnaldo Antunes se empolga e começa a recitar poesias descontroladamente, Marisa Monte gorgeia e improvisa algumas melodias, a Timbalada toca um samba-reggae, Paula Lavigne cai na farra e Caetano acha tudo "lindo". O videomaker filma tudo e Wally Salomão escreve o release. Os poetas marginais aproveitam a confusão para roubar uns docinhos.

Um executivo de uma grande gravadora, que entrou de penetra, contrata todos os presentes e promete CD, DVD, livro, críticas favoráveis no New York Times, participação de David Byrne e especial de televisão. Para comemorar, Arnaldo Antunes põe um disco de Lupicínio Rodrigues. O ator vestido de Ed Motta cospe fogo. Marisa Monte lê Mário Quintana em voz alta. Mano Wladimir chora. É a sua primeira festa de aniversário.


: : Laura, direto de Brasília, tomada por um inexplicável acesso de otimismo nagô : :
(por favor, não me belisquem por enquanto)


12:39 PM

25.12.02:::
 

(off-mothern)

Ontem me dei de presente a correspondência entre Lygia Clark e Hélio Oiticica. Ele escrevia coisas assim:

(...) ‘as vezes o que parece participação é apenas um detalhe dela, porque na verdade o artista não pode medir esta participação, já que cada pessoa a vivencia de um modo. Por isso há a tal vivência, insuportável, de defloramento, de posse, como se ele, espectador, dissesse: "quem é você, que me importa que você tenha criado isso ou não, pois estou aqui para modificar tudo, esta merda insuportável que me dá vivência chatas, ou boas, libidinosas, foda-se você com tudo isso pois o devoro, o cago depois, e o que interessa só eu posso vivenciar e você nunca poderá avaliar o que sinto e penso, a tesão que me devora." E sai o artista estraçalhado da coisa. Mas é bom. Não se reduz a um masoquismo, como se poderia pensar, mas é a verdadeira natureza do negócio.

Ela, coisas assim:
(...) misto de homem e bicho. Tudo cheira, prova, lambe e de uma sensibilidade tão aguda que me botou toda de antenas para fora de mim mesma, em relação a sua presença. Me arrebentou toda por dentro mas eis-me como sempre me recompondo, me amarrando já de outra maneira com outras aberturas. Fui deflorada na alma mas o corpo continuou virgem. Muito bacana você saber que pode ser jogada nessa altura da vida para o espaço embora caindo na terra abra um terrível rombo e viva um pouco como um abismo sem fundo.

E durma-se com um barulho desses.

: : Laura : :


8:46 PM

22.12.02:::
 

Motherns em recesso

Estarei lambendo as crias, descansando, comemorando, vendo a posse do Lula, estudando, pensando no que aconteceu este ano, no que eu quero que aconteça no próximo, ouvindo música boa, ouvindo tribalistas escondido, comendo, bebendo, tomando sol, namorando, dormindo. Volto no dia 6 ou em qualquer edição extraordinária. Feliz Natal para todos e um 2003 cheio de surpresas deliciosas e pessoas especiais como as que este blog nos trouxe em 2002.

Para quem está chegando agora, seja bem-vindo e conheça o blog visitando a lista aí do lado.

A Ju manda um beijo e volta no dia 2 de janeiro.

: : Laura : :


10:35 AM

18.12.02:::
 

O post que estava aqui em breve estará no livro Mothern - Manual da Mãe Moderna.


10:19 AM

16.12.02:::
 

E não é que a Fal comentou?
Olha só.


2:52 AM

13.12.02:::
 

E vê se niguém esquece de passar no Bloggete para ajudar a Ângela a soprar as velinhas hoje, heim?
Eu aqui da Bahia já mandei meu abraço.

: : Ju : :


4:22 PM

 

Ah, Fal, e teve outra (repare na elegância da brincadeira):
a certa hora, uma das atrizes mirins reclamava com a apresentadora que o braço dela estava doendo, ao que a Eliana respondia:
- liga, não, quando você casar, passa!
É isso que eles chamam agora de "programa infantil".
Ah, que saudade do Daniel Azulay. Alguém sabe dele?

: : Ju : :


4:17 PM

 

E, dia desses, numa pausa entre o mar, a cerveja e a piscina, zapeando à procura de alguma coisa para interessante a Alice na TV do hotel, pude ver com meus próprios olhos a Eliana anunciando a próxima atração do seu programa "infantil":
- E agora, garotada, o homem que vai parar o ventilador com o nariz!

Não é sensacional?
Não é tudo que as crianças brasileiras precisam aprender enquanto suas mães trabalham?
(No final, para quem esperou, a figura apertava o botão de desligar com o nariz - dã. Mas, enquanto isso, quantas crianças pensaram em tentar o truque em casa?!)
Realmente, não me sinto à altura para comentar. E eu tô de férias, vou passar a bola para a Fal.

: : Ju : :


4:11 PM

 

Para entrar no chat, clique aqui às 16 horas.


1:37 PM

12.12.02:::
 

Apareçam:

Chat (Mothern) da TPM comigo, amanhã, sexta-feira, 'as 16 horas.
O tema é o que muda (e o que não muda) quando a gente vira mãe.
E também o que vocês perguntarem...
Espero contar com a nossa equipe de consultoras lá e com a aparição-surpresa-fantástica de Mothern Ju diretamente de Ihéus.

Ah: a TPM fica aqui.

: : Laura : :


2:27 PM

 

Todo dezembro é assim:

. Eu fujo de shopping como o diabo da cruz,
. eu vejo os amigos que foram morar em cidades mais glamourosas e endinheiradas voltarem para ver os parentes,
. eu tento fazer balanço do ano e da vida e não chego a nenhuma conclusão,
. minhas meninas chegam na escola uma hora atrasadas,
. eu quero resolver o que não resolvi o ano todo,
. eu sinto raiva das pessoas e clientes que querem resolver o que não resolveram o ano todo,
. eu penso que no ano que vem vou ser mais organizada, aprender a cozinhar e fazer ginástica,
. eu não tomo providências para o révéillon (e deste sim, eu gosto),
. eu não monto árvore de natal mas fico achando que devia,
. eu tento escapar da festa de natal mas nunca faço isso,
. eu compro presentes no dia 24, debaixo de chuva, a pé
. e eu fico muito esquisita.

: : Laura : :


10:20 AM

11.12.02:::
 

Juuuuuuu! Abre seu hotmail e me escreve!
Beijos,
Laura.


9:13 PM

 

Eu pedi, a Fal escreveu e eu roubei, é claro:

Laura! Minha mãe tratava os livros e a leitura como o maior dos privilégios. A gente praticamente só ganhava livros em casa, os brinquedos a gente ganhava de tia, madrinha, essas pessoas. Da mãe, só livro. Daí, que ler era privilégio...nota boa? Livro? Coisa certa? Livro. Ah, fez merda? Pois então eu tiro o livro que vc tá lendo de vc. Se comportou mal? Então eu não conto história antes de dormir, eu não leio em voz alta pra vc qd vc chegar da escola. Livro era presente de aniversário e Natal, o único (mesmo) tipo de consumo estimulado em minha casa, a única coisa que éramos encorajados a desejar, e o grande privilégio que tínhamos. E claro, como era um privilégio, não uma obrigação, um prêmio, não um castigo, a gente babava por eles. A gente tinha a noção exata que cada livro novo era um puta dum presente, que a gente tinha que merecer muito, muito mesmo, pra ganhar. A gente esperava por livros, pedia por eles, sonhava com eles, como outras crianças sonhavam com o Falcon, ou a Susie. E, exatamente, como brinquedos, a gente nunca achava que eles eram suficientes.
Inteligente a minha mãe, né?? Criou dois viciados em livros.
A Ana tava doida pq as meninas não queriam saber de ler, e eu disse pra ela que é claro que não....livro é muito fácil pra elas, elas têm dezenas e são obrigadas demais a ler. Elas nunca iam virar leitoras de verdade assim. Elas têm que entender, que livro é privilégio. Que uma família que pode gastar 20 paus num livro infantil tá no topo dos topos da pirâmide social e intelectual de qr parte do mundo. E que livro nunca é castigo. É um ato de amor. É uma coisa a ser alcançada, não a ser cumprida com suspiros e gemidos. Vc geme e suspira na hora de lavar a louça. na hora de ler vc fala "eba!".


A Fal sabe das coisas. E ainda indicou:

posso sugerir??? tem um chamado o livro dos medos, que é a coisa mais fofa do mundo....e tem um, minha amada que é lindo, acho que o mais belo livro de criança que eu já li....comprei há um ano mais ou menos um ano e ainda choro qd leio (sim, eu compro livros infantis para mim)....chama "como os dinossauros dizem boa noite".... lu, eu juro que é maravilhoso. juro. os desenhos são um mimo e o livro é incrível.

E depois completou:

e outra coisa: bota dedicatória....quando ela tiver 31, vai viver a emoção única de abrir um livro capenga e ler algo assim:
"Para a minha amada Biuccina, esse "Mulherzinhas", que carrega um pouco da doçura que, espero, ela terá em sua vida.
mamãe, dezembro de 1976"


(eu amo a Fal).
: : Laura : :


8:58 AM

9.12.02:::
 

O post que estava aqui em breve estará no livro Mothern - Manual da Mãe Moderna.


5:21 PM

 

Admito (e quem leu a Milly em novembro vai entender): "tocante" foi ato falho. E dos bons.

....

Ontem mostrei o caso da boneca 'as meninas. Hoje Gabriela pediu:
_Mãe, me dá uma Susi Fada?
_(hahaha)

: : Laura : :


8:04 AM

 

Eu sou suspeita, mas adoro quando chega a TPM nas bancas. Essa última tem um texto tocante da Milly Lacombe, uma entrevista com o belo Angeli e... o caso da Susi Fada!

Só pra atualizar: a Susi Fada não coube no apartamento atual e hoje vive em cima de um armário, na casa da minha sogra. Cruzes!

: : Laura : :


12:17 AM

6.12.02:::
 

Ontem eu apaguei do celular os números de Arioc e Haroldo.
Sinto muito a falta deles. E esses telefones não me adiantam mais.

: : Laura : :


9:07 AM

5.12.02:::
 

O post que estava aqui em breve estará no livro Mothern - Manual da Mãe Moderna.


4:51 PM

4.12.02:::
 

A Cris, nossa amiga e terceira superpoderosa, está grávida e nos mandou esta lista fofa.

"Desde que recebi o exame positivo de gravidez:
- passei a tomar água com os amigos, ao invés de cerveja;
- comecei a comer fruta;
- tive medo de contar para o meu patrão;
- ando devagar e tenho mais cuidado na hora de atravessar a rua;
- parei a hidroginástica;
- recebo beijinhos matinais e noturnos na barriga;
- olho para os bebês para efeito de pesquisa;
- já não penso em comprar mais uma calça jeans;
- uso calça jeans todos os dias, enquanto é tempo;
- faço contas pra tentar adivinhar se o dinheiro vai dar pra criar o bebê;
- me preocupo muito mais com a qualidade do ensino;
- choro ainda mais com o caso Pedrinho e fiz meu marido jurar que vai acompanhar o bebê por todo o hospital depois do nascimento;
- deixei de receber cantadas da Lápis pra voltar a trabalhar lá;
- passei a me preocupar com os palavrões que eu e meu marido falamos;
- deixei a vida de minhas duas avós mais divertida;
- vi um sorriso incontrolável nos lábios da minha sogra, futura avó-de-primeira-viagem;
- repensei os nomes previamente escolhidos para os filhos que teria um dia;
- passei a visualizar esse provável dia: 8 de agosto de 2003;
- tenho vontade de me sentar no banco reservado aos idosos, deficientes e gestantes no ônibus;
- acho um absurdo eu não poder viajar sentada no ônibus cheio;
- quase entrei na fila própria para gestantes no Carrefour;
- passei a ver meus sobrinhos como os priminhos do meu bebê;
- tenho medo de me curvar demais na hora de colocar os sapatos;
- meu marido adquiriu um bom humor ininterrupto;
- fico imaginando o que vai acontecer com a minha tatuagem que fica perto do umbigo;
- descobri que o bebê vai nascer no período em que planejamos ir a Fernando de Noronha
- passei a me preocupar com o gênio difícil de um leonino, mesmo sendo leonina;
- descobri que amo uma criaturinha menor que o ponto final desta frase."


8:46 AM